domingo, 10 de maio de 2009

Uma análise sobre a BWF e as comparações feitas

Vejo com perplexidade ainda muitas pessoas quererem comparar o cenário atual da luta livre brasileira com o que vemos hoje no exterior, com grandes organizações como WWE, TNA, ROH.
Não consigo na minha complexa ignorância ver comparação entre elas.

Pelo que percebo o programa apresentado semanalmente pela BWF, o Telecatch está tomando seus moldes. Ninguém, a não ser os seus idealizadores, podem saber o quão trabalhoso é pra fazer isso, organizar o evento, custo com filmagem, edição, colocar no ar, manter um programa toda a semana num canal.
Portanto, criticar é fácil.
Obviamente, como já disse várias vezes aqui e na Comunidade da BWF, não se pode comparar um trabalho que depois de anos de esquecimento aqui no Brasil, está aos poucos sendo retomado.
Acho louvável cada esforço por parte da BWF em resgatar a luta livre.
Isso não é nada fácil em parte alguma do mundo, muito mais no nosso país.
Tenho um filho que competiu algum tempo em Taekwondo. Muito fiz pra conseguir patrocínios pra ele poder disputar grandes campeonatos no exterior e nunca consegui. Isso que o Taekwondo é um esporte olímpico, mas todos querem ver grandes resultados para dar um patrocínio. Mas como conseguir esses grandes títulos sem patrocínio?

Agora imaginem criar essa estrutura que a BWF bravamente vem criando no país do nada, sem ajuda.
Estranhamente não vejo críticas sobre o que é feito pelos gringos. Parece que aquilo lá é uma maravilha, uma perfeição.
Não sou um nacionalista desvairado, nem muito menos um ativista anti-americanismo, só tenho por hábito valorizar primeiro o que é nosso, pra depois ver o que os outros estão fazendo.


Serve como exemplo pra mim o cidadão que tem seu carro popular 1.0, que conseguiu comprar em 48 parcelas, mas que é seu bem, o que ele pôde comprar e o que o leva ao trabalho, ao lazer, enfim é o que ele tem.
Mas esse mesmo cidadão só vê defeitos nos seu carro popular e sempre elogia o veículo de luxo do seu vizinho.
Isso para mim soa como frustração.
Mas se esse cidadão tiver o seu carro popular, der o valor que ele merece, pois foi o que pôde adquirir, mas mesmo assim tiver como objetivo chegar a ter um igual ao do vizinho, daí sim estamos falando em algo válido e salutar.

É exatamente isso que precisamos ter em mente quanto à luta livre brasileira.

Amigos, os americanos nem sonhavam em ter o destaque que tem hoje nas décadas de 60 e 70 e aqui no Brasil, nomes como Ted Boy Marino, Gran Caruso, Ali Bunani, El Chasque, Fantomas, já tinham essa repercussão que hoje eles têm lá aqui mesmo.
O que seria da Lucha Libre mexicana se eles também valorizassem mais o que os gringos fazem do que o que eles fazem?
De onde saiu Rey Mysterio? E o Místico?

Por favor, se querem criticar então critiquem os shows da WWE, da TNA, que movimentam muito dinheiro e patrocínios, mas não venham ridicularizar o que é nosso que bravamente vem alcançando seu espaço ao custo de muita determinação e batalha.
Críticas construtivas essas são sempre bem vindas, pois somente com elas é que se chega próximo a perfeição.

Falando em crítica construtiva, essa vai em tom de brincadeira para o grande lutador e amigo de meu pai Stiner o Renato Dias referente a sua mais recente última narração:
“Renato, afinal você vai chamar de Sonico, ou Sonic?”

Faço uma observação. Essa matéria nasceu de um comentário que li logo após assistir ao Telecatch aqui no Portal. Portanto, não serve para os milhares de apoiadores da luta livre nacional que temos aqui.