quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Entrevista com Bob Jr.

Bob Jr, dono da BWF, deu uma entrevista recentemente ao blog Luta Livre, onde fala um pouco de sua carreira, das dificuldades da luta livre nacional e o que podemos aguardar para o futuro.

Clique em "Leia Mais" para ver a entrevista completa.


O Blog Luta Livre: Primeiramente, quero dizer que é uma ENORME honra conversar com você,Bob.

Bob Jr.: A honra é toda minha, pois é muito bom conversar com quem gosta e trabalha com a luta livre.

LL: Onde a BWF vai estar nos próximos dias e o que podemos esperar dos shows?

B: Este ano de 2009 promete ser muito bom, pois além dos shows anuais que fazemos por todo interior e capital de São Paulo, também estamos brigando por um horário em uma emissora de TV em rede nacional, embora já fechamos com uma emissora para transmitir para São Paulo à partir de fevereiro. Também continuaremos com o BWF Combate pela AllTV e muitas novidades estão para acontecer, pode esperar.

Vamos as perguntas!

LL: Como foi entrar para o ramo da Luta-Livre?Quais foram as maiores dificuldades?

B: Entrei muito cedo, tinha apenas 6 anos, portanto as dificuldades foram aparecendo ao longo de todos estes anos, e aparecem até hoje.
Uma das dificuldades que me ajudou muito foram as lutas em circos, onde realmente aprendi muito. Os ringues eram improvisados, muitas lesões e falta de estrutura, mas era maravilhoso. Agora a dificuldade que mais me marcou foram as cirurgias nos joelhos. O retorno aos ringues foi muito difícil, mas voltei e hoje me sinto muito melhor do que antes.

LL: Ter um pai lutador influenciou você a ser lutador também,ouve algum tipo de pressão para que você se tornasse lutador,foi por obrigação,ou você sempre quis lutar?

B: Como citei antes, descobri que meu pai era lutador muito cedo, e lógico que foi uma das maiores influencias, mas nunca fui pressionado, a luta livre já nasce no sangue. Acho que meu pai sempre quis que eu fosse um lutador, mas me deixou à vontade para optar.

LL: Quem foi que você teve mais dificuldade para lutar e por que?

B: Ao longo de minha carreira tive que enfrentar centenas de lutadores, a maioria grandes profissionais, mas os que dificultam são os que sobem ao ringue por dinheiro ou vaidade, não treinam e não se preocupam com a luta. Verdadeiros amadores.

LL: Quais são seus lutadores favoritos tanto no Brasil quanto fora?

B: No Brasil são Brasão, Bob Léo, Aquiles, Homem Montanha, Indio Comanche, Sancho Pança, Filho do Sol, Indio Bugre e Mister Argentina. De fora, Shawn Michaels, Ric Flair, Bruno Sammartino,Killer Kowalski, The Rock e Undertaker.

LL: Qual a sua opinião em relação ao Wrestling fora do Brasil?Você não acha que devem ser trazidas influências,novos golpes,novos estilos de lutar de outros lugares,de forma que inove a luta-livre brasileira?

B: Se você conhecer o projeto BWF vai notar que sou totalmente a favor das mudanças na luta livre, mas devemos manter a essência da nossa luta livre que é fantástica.

LL: Quais foram os pontos positivos e negativos da vinda da WWE ao Brasil para a BWF?

B: Foram muitos os pontos positivos. De certa forma eles abriram os olhos do publico para a luta livre, pois eles agregaram varias faixas etárias e econômicas, e através disso todos passaram a prestar mais atenção em nossa luta livre, muitas vezes até para comparar com a WWE. Mas resumindo, foi muito bom para nós que amamos a luta livre.
O ponto negativo é que caiu em mãos erradas aqui no Brasil.

LL: Você acha que existe preconceito das pessoas com a luta-livre nacional?Acha que o povo valoriza o que vem de fora mas não gosta do que é daqui?

B: Como respondi antes, a maioria quer comparar. Há sim preconceito, uma minoria, mas há, e sabendo que há uma diferença de estrutura muito grande, os nossos lutadores são verdadeiros heróis.

LL: Você já lutou fora do Brasil ou teve convite para lutar?

B: Sim, já estive no Paraguai, Uruguai e Argentina.

LL: Recentemente a WWE assinou um contrato com o Brasileiro Kafu,que já lutava no exterior há algum tempo.Você conhece ele?O que pode falar sobre ele para nós?Por que ele teve essa chance e muitos outros que lutam aqui não?

B: O Kafu é um grande lutador de vale tudo, é muito bom em artes marciais. Aprendeu a luta livre com o mestre Davi, e foi para fora lutar vale tudo, e lá encontrou alguém que o ajudou a chegar na WWE. Ele merece, é um grande lutador.

LL: Você não acha que o fato de direcionar as lutas muitas vezes a comédia,ter juizes e personagens fantasiosos,contribui com o fato de chamarem a luta-livre de “marmelada”? O produto não devia ser remodelado,algo mais novo,mais focado no Wrestling,na luta em si e menos em fatores cômicos?

B: Tenho certeza que foi isso que contribui para denegrirem a luta livre, e os próprios culpados são alguns lutadores e empresários que se submetem ao ridículo por dinheiro.
Em relação a remodelar a luta livre, já te falei que é esse o projeto BWF.

LL: Dá Pra viver de Luta-Livre atualmente no Brasil?

B: Eu vivo, mas é muito difícil.

LL: Antigamente,Wrestling era algo que atraía grande público era sucesso no Brasil,tanto que Telecatch,o Wrestling na TV em si,começou aqui no Brasil antes de outros países.Sempre foi dito que lutadores viviam só de Lutas e que tinham muitos funcionários contratados ,que era um grande negócio.Por que hoje esse “status” desapareceu e é tão difícil de recuperarmos?

B: É verdade, eu tive o prazer de viver uma destas épocas, era maravilhoso. E como já falei antes, os culpados por isso acabar são alguns lutadores e empresários que só pensam neles próprios. Mas tenho certeza que vamos recuperar a nossa luta livre.

LL: As Regras (ou a falta delas) na Luta-Livre brasileira é algo que confunde muito os fãs que começaram vendo WWE,TNA,ROH,etc. Fora que dá um aspecto ainda mais “falso” a luta,com o Juiz sempre sendo “Malvado” e aparecendo mais que os lutadores,e os finais até diria “Broxantes” como Nocautes,ou juiz interrompendo ou contagem sem mesmo haver cobertura.Você não acha que tá na hora de atualizar as regras,adaptar a um padrão internacional e mais sério?

B: Não quero ser repetitivo, mas no projeto BWF temos regras, juízes neutros, finais positivos, lutas diferenciadas. Vai ser uma grande mudança.

LL: Por que o projeto de um programa de TV com a Gazeta desandou e ainda há negociações com eles ou alguma rede de TV?

B: Sim, ainda há uma negociação com a Gazeta. O único problema são os patrocinadores que está bem difícil, mas vamos conseguir.

LL: A pergunta que todos fazem,vocês estão com alguma academia para treinamentos atualmente?

B: Pretendemos inaugurar um centro de treinamento junto com o programa no início de fevereiro.

Obrigado Pelas respostas,e agora vamos a algumas perguntas de nossos leitores.

Diego Silva: Não tá na hora de renovar,colocar uma nova geração pra lutar,novos estilos e personagens e tirar as “múmias” da luta-livre brasileira?

B: Olá Diego. Acho que uma renovação é necessária, e isto já esta acontecendo, temos muitos talentos novos na luta livre, como por exemplo o Sonic, Cachorrão e Vira-Lata, Brutus, Xandão, Tony Smith, mas não podemos virar as costas para quem fez a luta livre chegar até aqui.

Potter: Supomos que um rapaz resolve ingressar na BWF, se destaca, ganha um certo ‘futuro’ dentro do wrestling, ou seja, é constatado que ele leva jeito para o esporte. Dentro dos parâmetros da BWF, qual seria a projeção que o rapaz ganharia no mundo do wrestling ?

B: Fala Potter, tudo bem? Muito boa sua pergunta! Se nós conseguirmos colocar em prática o que pretendemos com a luta livre, pode ter certeza que este rapaz se tornará um dos maiores astros da TV brasileira.

Jeferson Paganella: Bob Jr., o que tu acha do interesse do Michel Serdan na “nadadora” Rebeca Gusmão? Ela teria futuro na BWF por exemplo? Ou contaria mais como “Jogada de marketing” pra alavancar ainda mais a Luta-Livre no Brasil?

B: Oi Jeferson. Chance na BWF qualquer um que gosta de luta livre tem, mas não acho que seja o caso da Rebeca, acho que seria mais uma jogada de marketing.

Nogueira: Você considera que lutadores antigos, como o Serdan e o seu próprio pai, Bob Léo, foram responsáveis pela luta livre ser tão sucateada no Brasil?

B: Boa, grande pergunta Nogueira! Acho que sim, e tiveram muitos outros responsáveis. Pode ter certeza que está muito difícil resgatar a luta livre, porque alguns ainda tem a mentalidade fechada, de 30 anos atrás. Sem contar o ego de alguns que nunca muda.

Flavio: Bob Jr, você acha importante a BWF ter uma cara mais nacional e um estilo próprio? Se sim, não acha que o nome deveria ser mudado para algo em português?

B: Olá Flávio. A BWF é a velha luta livre de cara nova, mas tenha certeza que tem um estilo diferenciado de o que você já viu. E aguarde que o nome do programa é bem nacional, a BWF é apenas a organizadora deste projeto.

Diego: Bob. Jr.vcs fazem shows beneficentes? Há uma possibilidade de shows voltados para o 3º Setor (entidades filantrópicas)?
Deixo aqui o site para conhecerem melhor a instituição em que atuo: www.cajec.org.br


B: Diego, estamos voltados à qualquer tipo de ajuda, queremos ajudar quem precisa e levar alegria ao público. Entre em contato comigo para fazermos uma parceria. Pode contar com a BWF.

LL: Bob Jr. ,mande seu recado para os fãs da Luta-Livre nacional.

B: Vocês não sabem como é gratificante estar conversando com vocês, o quanto me faz bem saber que ainda tem muita gente gostando de o que faço. Precisamos de cada um de vocês para levar a luta livre adiante.

LL: Bem, muito obrigado pela entrevista,por ceder um pouco de seu tempo respondendo nossas perguntas, e novamente, foi uma honra te entrevistar.

B: O prazer foi todo meu, e obrigado pelo espaço e perguntas tão oportunas. Contem sempre comigo.

Fonte: Luta Livre

7 comentários:

Iran Santiago 7 de janeiro de 2009 às 18:46  

Muito massa Igor...
Vc aparece pouco, mas, quando aparece manda bem!!!
Vlw

Anônimo 7 de janeiro de 2009 às 18:51  

Como se trata de uma assunto ligado à luta livre brasileira e consequentemente a todos os Blogs de wrestling, gostaria de saber se vocês deixariam-me publicar o conteúdo da entrevista no This is Wrestling.

Igor Lopes 7 de janeiro de 2009 às 18:52  

Será muito bom, mas isso não cabe a nós, e sim aos donos da entrevista, do blog Luta Livre.

Converse com o André, que foi o idealizador da entrevista.

"Havock" Hermano 7 de janeiro de 2009 às 19:22  

A intrevista foi muito legal, mas eu num sei de quase nada da BWF nem de Pro-Wrestling Brasileiro, pq tambem num tem como eu saber direito so as veses aki no PLL, moro em fortaleza e num tem nenhum lugar pra isso :/, so doidim pra fazer

Anônimo 7 de janeiro de 2009 às 20:02  

Tem que haver uma mudança bruta mesmo.. porque o wrestling nacional está muito nivelado por baixo.. tem que partir de uma coisa pequena que visa a palhaçada para uma coisa maior que vise as lutas e técnicas dos lutadores!

Anônimo 7 de janeiro de 2009 às 20:15  

Po ond vai ser essa academia da BWF???

Anônimo 8 de janeiro de 2009 às 20:42  

Essa entrevista diz muita coisa que eu queria ouvir faz tempo... Estou animado e muito curioso pra ver o projeto da BWF! Se alguém resolver acabar com essas gimmicks tipo 'AÇOGUEIRO PEDRINHO' e o exaustivo 'TESOURA VOADORA e TRAPPS', ai sim a luta livre no Brasil decoooooooola! :D